GUIA DE LEITURA

Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):

Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)

domingo, 20 de julho de 2008

O que fazemos quando não somos observados?

(esse texto estava pronto e esquecido desde abril de 2007 entre os rascunhos do SWB, então vai para vocês)

Pode ser no elevador, no computador, no banheiro, no último banco do ônibus e também no meio de multidões, onde você é apenas mais um. Sozinhos ou não, quando não estamos sendo observados, permitimo-nos ter certos comportamentos no mínimo peculiares.

Primeiramente, vêm as necessidades biológicas, que, como manda o figurino, devem ser feitas em particular. Sim, todas aquelas que envolvem o sistema excretor, o digestório, o respiratório (limpar o salão) e o que mais você quiser. Mas isso, todo mundo faz, até mesmo a Gisele Bundchen, e todo mundo sabe que todo mundo faz. Qual a graça?

Realmente nenhuma. Falo, na verdade, daquelas coisas que normalmente ninguém espera que você faça. Serve discurso na frente do espelho para aumentar o carisma (The Sims?), falar sozinho em outras línguas, e dançar alopradamente no meio da sala, ouvindo som em alto volume e fazendo air-guitar, air-drums, air-microphone ou air-coisa-que-o-valha,...

Vale gritar coisas indecifráveis, fazer aeiou para esticar as cordas vocais e esboçar caretas aleatórias, rindo de si próprio. Há quem lembre de fatos passados e ria sozinho. Há quem chore copiosamente. Alguns fingem atuar, inventam papéis e diálogos e põem-se à dramatização. Sem platéia, é claro.

Tem também aqueles hábitos feios, como jogar lixo no chão ou cuspir o chiclete na rua. Serve deixar o cachorro fazer cocô na rua e não limpar, afinal, ninguém vai saber quem foi. Outra coisa não muito legal é fazer gestos obscenos para alguém quando essa pessoa está de costas. Só tome cuidado para não haver um espelho por perto.

Mas o campeão dos campeões é a cantoria de chuveiro, afinal, ninguém está vendo e ignora-se solenemente o fato de que alguém pode estar ouvindo aquilo tudo, e, pior, achando um saco. Particularmente, eu tenho feito no banho um exercício quase que diário de meta-linguagem: canto Desafinado, do Tom Jobim.

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