GUIA DE LEITURA

Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):

Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

@morse

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quem ser?

domingo, 27 de setembro de 2009

E SE HOJE ACONTECESSE UMA TRAGÉDIA?

E se hoje acontecesse uma tragédia? O que seria do meu amanhã auspicioso? E dos meus livros ainda não lidos? E das minhas roupas ainda não usadas?

Se hoje acontecesse uma tragédia, o que seria do meus sonhos vividos e dos meus pesadelos evitados? E do futuro promissor? E das promessas não pagas? Quem cumpriria minhas metas? Quem me substituiria na ciranda da vida? Quem beberia no meu copo, quem herdaria minhas roupas, quem vagaria com as minhas ilusões?

Quem exorcizaria meus medos legados? Quem contaria meus dramas e minhas angústias adiante? Quem colocaria na sua própria estante, como se seus fossem, os souvenires de meus amores pretéritos? E se lá não os colocasse, quem ousaria descartá-los?

E se hoje acontecesse uma tragédia? Quem me vestiria o terno de cerimônia que eu levaria para a eternidade? Quem recitaria o poema de partida? Quem acolheria em seu aconchego meus amados e minhas amadas e lhes secaria o choro?

Se hoje acontecesse uma tragédia, quem iria dormir desejoso de acordar no dia seguinte e ver que nada havia ocorrido? E quem não iria sequer dormir?

O que seria de mim?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A LUTA CONTRA O SONO PELO SONO

É absolutamente desesperador o domingo à noite, quando chega aquela sensação infeliz de que o fim de semana acabou. O que tinha que ser curtido já foi curtido, e o que se deixou adiar, agora só daqui a cinco dias.
A noite vai terminando declarada pelo "boa noite" do Fantástico, e é aí que bate o desespero: "preciso me divertir um pouquinho mais!". Convencer-se de que simplesmente é hora de ir pra cama é algo muito árduo. Por mais que haja algum sono, há aquela esperança de que algo maravilhoso ainda irá acontecer, e essa espera ansiosa mantém a vontade de dormir distanciada da necessidade que se torna mais evidente a cada minuto.
É a hora desesperada em que se lê algo que já deveria ter sido lido durante a semana. Ou em que se entra no orkut para vasculhar a tragédia alheia. É a hora em que se reza: agradecemos e pedimos, ou pedimos e agradecemos (nesse caso a ordem importa), se só depois é que nos dermos conta de que podemos estar sendo um pouco abusados com a divindade.
A idéia de deitar na cama e simplesmente dormir é mera utopia. Você deita na cama para dormir.  Não deita na cama e dorme. Ver a cama como meio é colocar-se no abismo de angústia entre o ato e resultado, a angústia de que a cama não é o fim. A angústia que suscita o eco da semana inteira ressonando por completo em apenas alguns minutos, com as lamúrias do passado e os auspícios do futuro. Mas sempre angústia. Há, inclusive, a angústia de não se tolerar angustiado naquele momento: a meta-angústia. E aí a meta-meta-angústia. A meta-meta-meta-angústia. E por aí vai: uma frustração por conta de outra frustração! E essa relação infinita, em que dentro da angústia você vê a própria angústia, o fractal da angústia (!), é o que faz você viajar.
Eis que em algum momento, do qual você não se lembra, mas que certamente acontece, tudo para e você dorme (ou não, né...). Dorme porque se cansou de se perceber cansado. Dorme simplesmente porque se distraiu, angustiado ou não, pensando em dormir ou não, pensando em pensar ou, simplesmente, nada pensando. Dorme e só. E sem se dar conta se isso é bom ou ruim, se é feliz ou triste, se foi o fracasso e a resignação diante do fim do fim-de-semana, ou se foi a vitória de se pôr a descansar para mais uma semana.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SIMPLES ASSIM

Deixaram um bilhete por debaixo de minha porta. Era azul claro e continha os dizeres "oi =)".
Deixaram um post-it dentro do meu livro. Era amarelo e continha os dizeres "oi =)".
Mandaram uma SMS de número desconhecido. Tinha 5 caracteres (espaço é caractere?): "oi =)"
Enviaram-me um e-mail de remetente anônimo e seu conteúdo era: "oi =)".
Mandaram-me um scrap de profile falso e ele dizia: "oi =)".
Deixaram recado na secretária eletrônica, shout no last.fm, aviso na comunidade da turma, @ffapd1989 no twitter, avisos telepáticos inesperados, cartazes na janela do vizinho da frente, sussurros de desconhecidos enquanto eu andava pela Av. Rio Branco, filipeta no para-brisa do carro, pop-up no meu navegador, ... E tudo dizendo: "oi =)".
E eu queria conhecer quem era essa tal pessoa que me mandava "oi" e uma carinha feliz. Ela queria algum contato? Mas por que eu? Seria um psicopata à minha espreita? E esse oi... o início de uma aproximação? Ou alguém querendo dizer "cuidado, estamos de olho"?
Eu fiquei com a dúvida e achei que fosse levá-la para o caixão. Não me aguentava de curiosidade, mas fazer o quê?
Um dia, entretanto, o telefone tocou. Falaram oi. Mas com outra entonação. Não foi aquele oi sutil, como se esperasse um outro oi e dali a conversa corresse normalmente.
Foi um oi envolvente, como se estivesse saudando todo mundo no recinto. Um ôiii, com chapéuzinho do vovô no "o" e "i" prolongado.
E aí, sem mais nem menos, eu descobri que era só uma estratégia publicitária da companhia telefônica.

domingo, 13 de setembro de 2009

MONOSSÍLABO TÔNICO

(resíduos do último eu-apaixonado...)
Espero seu monossílabo tônico e quero que ele venha com mais força do que sua tônica habitual, para me arrebatar de vez, seja de entusiasmo, seja de frustração.
Seja seu monossílabo tônico a resposta binária que distinguirá o nunca do pra sempre, ainda que no fundo eles sejam a mesma coisa: detêm a mesma certeza, que no fundo é a pretensão humana quanto a um futuro do qual se pensa senhor, e se destroem facilmente em face de alguma ou qualquer novidade, daquelas que, com o perdão da redundância, não se estão realmente esperando.
Quero o monossílabo tônico, pode ser um ou o outro, como a expressão de uma vontade. Não uma vontade espasmódica, estabanada, dessas que sai por aí como mero capricho, mas uma vontade pensada. Tão pensada e repensada, que, de infinitas, complexas e impronunciáveis sílabas, conseguiu-se resumir a uma só, porta-voz de todas as razões que a motivam.
Difira o defiro do indefiro. É tudo que peço. Sigo viagem ou me mudo para a sua vida?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ENQUANTO A MENSAGEM NÃO CHEGA

(postando textos esquecidos entre os rascunhos desse blog...)
Enquanto a mensagem não chega, não desgrudo do celular. Olho as horas, entro no joguinho, vejo fotos antigas (algumas tão nostálgicas), vejo as mensagens que recebi e as mensagens que enviei.
Ponho o aparelho no bolso, mas a cada minuto me lembro de que eu posso não ter sentido a vibração e aí a SMS estaria lá, me esperando, depois de tanto que eu já a esperei.

Espero ainda, e isso é tudo o que me resta fazer, por mais que paciência não seja lá minha maior virtude. No auge de meu imediatismo a longo prazo, traduzido em querer para ontem o que se terá para o resto da vida, eis que o telefone vibra e quer chamar a atenção.
Mas é minha mãe ligando. Ou é só um amigo perguntando qual é a boa. Ou é só a operadora oferecendo mais um serviço. Ou é engano. Nada relevante.
No que espero, não vem. No que desisto de esperar com uma pontinha de esperança de que na distração acontecerá, também não vem. Mas se relaxo completamente e realmente me convenço de que nada acontecerá, aí ganho razões para ainda acreditar. Expectativas e esperanças não são exatamente sinônimos.
A mensagem tão esperada chega, mas não traz nada de muito especial. Será que é melhor ligar?