GUIA DE LEITURA

Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):

Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Prolegômenos sobre epílogos.

Tenho uma mania detestável por epílogos. Para mim, coisa alguma pode terminar sem um bom epílogo. O desfecho em si nunca me basta: ele precisa ser narrado, comentado, parafraseado e acrescentado. Preciso que me mostrem o que vem depois do final.

O epílogo é a história intempestiva com gosto de quero mais. Tem seu quê de nostalgia e também de surpresa.

Um "tchau" para desligar o telefone pede uma eternidade a seguir. Um email não pode sem terminar sem um PS (corrigindo, precisa de um PS depois que terminar). Até ao rescindir o contrato da academia, consegui um mês a mais, de graça, bônus. Não li Harry Potter 7, mas li seu epílogo (e me foi suficiente).

Dar de costas e seguir adiante indefinidamente? Não pode. No segundo seguinte à virada apoteótica, é preciso dar aquela espiada para ver o que ficou para trás. Sempre há uma eternidade pendente de uma contemplação tardia. Não deixe de fazê-la.

Filmes não podem terminar sem aquela narração sóbria, em fundo preto, do que aconteceu com os protagonistas em seguida à história narrada. Mesmo nos filmes que não são baseados em fatos históricos, sinto falta desse momento epilogal. Não sossego antes de saber o que se passou depois do fim. Invento verdades particulares posteriores, se necessário.

A grandiosidade da vida se mede pelo postmortem. Como num musical que acaba quando a peça se encerra e os músicos cessam a execução, mas que não ficará completo sem os aplausos que se seguem.

Sei - e isso é duro - que não haverá morte que me baste, será preciso alguém lendo meu epitáfio sobre a lápide para que eu consiga, enfim, descansar. Últimos suspiros não encerram páginas. Estarei espiando lá de baixo (ou de cima?) se meu pós-momento estará sendo respeitado.  Sejam generosos.


PS: exumação não vale como epílogo, please.