GUIA DE LEITURA

Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):

Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)

sábado, 11 de outubro de 2008

maindaguép

O metrô perdeu muito de sua graça desde que eu comecei a usá-lo todo dia para voltar para casa da faculdade. O que antes para mim era um lugar para os achados caricatos e quase-literários que muitas vezes já trouxe aqui, atualmente são os quarenta ou mais minutos de suplício diário.

Se antes eu era capaz de me negar a pegar um livro, o MP3 ou o celular para jogar o tétrico Tetris, apenas para ficar observando as coisas que aconteciam no metrô, hoje não tem mais como. Entro no vagão e já penso no que eu usarei para me distrair. Se consigo sentar, leio alguma coisa. Se tenho o MP3, vou ouvir música. Mas se nada me restou além do celular, eu vou direto para o Tetris. Tenho quebrado o meu recorde a cada dia. Tetris vicia e dá insônia: na hora de dormir, até imagino os bloquinhos encaixando. É enlouquecedor.

Mas voltando ao metrô, essa semana ele me surpreendeu. Já estava eu absorto em meus tediosos pensamentos e passa-tempos, quando a tão fastidiosa gravação "Próxima estação: Estácio, Next Stop: Estácio Station" foi seguida por um MIND THE GAP, cuja mensagem corresponde ao tradicional "observe atentamente o espaço entre o trem e a plataforma".

Minha cabeça deu uma volta ao mundo. Consegui ser transportado ao tube londrino, com seus vagões apertadinhos, seu cheiro não muito agradável e o sotaque irritante do "PLEASE MIND THE GAP BETWEEN THE TRAIN AND THE STATION." E para falar dos souvenires mil que se vendem pela cidade com o tão falado MIND THE GAP? Tinha até uns trazendo piadinha sexual com esses dizeres.

O MIND THE GAP em sotaque tupiniquim é no mínimo estranho. É falado super rápido e quem não entende inglês vai achar que é um erro de gravação, um barulho do metrô, ou qualquer coisa que o valha. Quem entende inglês e sabe do que se trata, vai viajar internacionalmente na maionese. Em pleno Metrô do Rio, que não mais atende confortavelmente a sua demanda, que cresce a passos de tartaruga numa cidade hipertrofiada, que em certas horas vira a mais nojenta e popularmente agressiva lata de sardinha, o cidadão será remetido ao bom transporte público das metrópoles desenvolvidas.

Mas tudo bem, vou poupar minha acidez.... não é só no metrô londrino que há vãos entre os trens e a plataforma. E tombo é tombo, em qualquer lugar do mundo.

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