GUIA DE LEITURA

Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):

Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)

sexta-feira, 11 de maio de 2007

A HORA DE ABRIR O GUARDA-CHUVA

Estou andando pela rua e começa o leve ruido da chuva. Ela vem rala, inconstante, incapaz de alterar minha indiferença. As pessoas, porém, apertam o passo, pois não querem chegar molhadas. Algumas abrem o guarda-chuva, mas o meu está no fundo da mochila, lá atrás.

A chuva engrossa um pouco. Os óculos recebem alguns pingos por conta do vento que a faz cair oblíqua. Nada que atrapalhe significativamente a visão, mas que é capaz de trazer alguma irritação. A pele já está úmida, mas continuo a andar sob a chuva. Não vale a pena pegar o guarda-chuva, daqui a pouco ela deve parar.

Mas ela não desiste. Pingos mais grossos começam a cair e a camisa já parece um tanto molhada. O cheiro de chuva torna-se forte. Cheiro estranho, ora aprazível, ora repugnante. Algumas pessoas buscam se proteger como podem: colocam sacos plásticos na cabeça, andam curvados, entram numa marquise. Os mais precavidos abrem o guarda-chuva. Aliás... porque não abro o guarda-chuva?

Não vou parar pra decidir, dane-se. Vamos pernas, rápido. Não olha em volta, não olha em volta. Andar firme e decidido, andar firme e decidido. Marchando, marchando, correndo. Pára, chuva, porque eu não quero parar pra pegar o guarda-chuva! Pára!

[...]

Essa filha da mãe conseguiu me tirar da indiferença, mas afirmo com plena certeza que ela é totalmente indiferente a mim. Essa insensível, incapaz de ouvir os meus clamores... Vai refrescar o inferno e o diabo, vai!

Mas então ela me ouve. E aumenta. E aumenta. E aumenta. E tudo fica molhado. E a água sobe até minhas pernas, sobe até o meu peito. Está formado o dilúvio.
E vem Noé, com sua barba encharcada, suado e meio p*** da vida por estar trabalhando em condições insalubres. Ele me leva para sua arca.
Onde está o meu par belo e maravilhoso para continuarmos a espécie?
- Já tá aqui de favor, estou salvando você desse aguaça... não reclama! - responde o velho.

[...]

Puta merda, onde fui me meter?
Ai... meu guarda-chuva, querido guarda-chuva, onde você está?
Mas agora já é tarde...

3 comentários:

Anônimo disse...

ta divertido o texto, mas estou no processo de desconstrução de metáforas, favor aguardar alguns momentos para um comentário baseado em um melhor compreendimento da crônica.

mas hein, agora uma daquelas boas piadas que voce gosta: sabe como voce chama um motorista de onibus que é negro????













DE MOTORISTA, SEU RACISTA! huahuahuahua ruim pra caralho essa!

Unknown disse...

AHuahuhua gostei ta engraçadinho....por isso vc nao queria se molhar no sabado eihn! ahuahu zoa...
E eu morri afogada na sua historia =o
=P pensando pelo lado ecologico talvez fosse melhor a extinçao humana né...
Te amo muitooooooo
;* beijos

Giant in a glasshouse disse...

Pois é... depois que a gente aceita ajuda do velho, já era. Mas enfim, é prerrogativa dele né, afinal quem mandou não abrir o guarda chuvas antes? Agora agüenta. =D

E depois, quem é que, nesse dilúvio, consegue escapar do velho indefinidamente?