GUIA DE LEITURA

Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):

Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

pós-epílogo.

Foi-se.

Para o enfermeiro, foi o último acontecimento do seu plantão.
Para a família, foi dor.

Para o cara da funerária, foi o ganha-pão.
Para a família, foi sofrimento.

Para o escriturário do cartório, foi o terceiro atestado de óbito do dia.
Para a família, foi tristeza.

Para o jornal, foi um nome no obituário.
Para a família, foi pesar.

Para o coveiro, a segunda vez que pegava na pá.
Para a família, foi adeus.

Para o padre, foi mais uma missa.
Para a família, foi penar.

Para o INSS, foi menos um aposentado.
Para a família, foi comoção.

Para a Justiça, foi o inventariado.
Para a família, foi a herança.

Para o IBGE, foi a estatística.
Para a família, foi duro.

Para a vida, foi o fim.
Pára a vida: é o fim!

Para a família, virou lembranças e saudades,
enclausuradas na moldura de um porta-retrato,
ou guardadas numa das redomas acrônicas do coração.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do texto. Conciso, bem escrito, com alguma alma.

Talvez tenha gostado mais por ter sido postado no dia seguinte ao falecimento do meu avô.

Gostei e não entendi o por que de nenhum comentário. Então quis deixar registrado.