Andar sem olhar em volta. Atravessar de uma margem à outra passando despercebido. Não se deixar abalar pelo olhar insolente por trás dos óculos de armação grossa do estilo posto. Não se deixar pisar por baixo dos all-stares de vários estilos da jovialiade de vanguarda. Não se deixar desbotar pelas milhares de cores em disposição caótica de uma criatividade que todos ali têm igual: autênticos? Não meter a cara na pilastra que está no meio marcando quem vai de quem vem. Não esbarrar nos pés para fora de quem se esparramou no banco. Não se deixar emudecer pelos tititis que ensurdecem: o que será que eles tanto têm para conversar?
Nadando num rio de concreto bege, com muitas piranhas, peixes-boi e outras espécies mais ou menos relevantes, eu me sinto como um peixe fora d'água. Não que o ambiente me seja estranho ou desconhecido - muito pelo contrário -, eu só não lhe pertenço (mais).
Para atravessar aquilo lá, não basta andar. Tem que saber desfilar.
It's not for me, baby...
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