Foi-se.
Para o enfermeiro, foi o último acontecimento do seu plantão.
Para a família, foi dor.
Para o cara da funerária, foi o ganha-pão.
Para a família, foi sofrimento.
Para o escriturário do cartório, foi o terceiro atestado de óbito do dia.
Para a família, foi tristeza.
Para o jornal, foi um nome no obituário.
Para a família, foi pesar.
Para o coveiro, a segunda vez que pegava na pá.
Para a família, foi adeus.
Para o padre, foi mais uma missa.
Para a família, foi penar.
Para o INSS, foi menos um aposentado.
Para a família, foi comoção.
Para a Justiça, foi o inventariado.
Para a família, foi a herança.
Para o IBGE, foi a estatística.
Para a família, foi duro.
Para a vida, foi o fim.
Pára a vida: é o fim!
Para a família, virou lembranças e saudades,
enclausuradas na moldura de um porta-retrato,
ou guardadas numa das redomas acrônicas do coração.
GUIA DE LEITURA
Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):
Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)
(a nostalgia do que não tive)
Um comentário:
Gostei do texto. Conciso, bem escrito, com alguma alma.
Talvez tenha gostado mais por ter sido postado no dia seguinte ao falecimento do meu avô.
Gostei e não entendi o por que de nenhum comentário. Então quis deixar registrado.
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