(setembro / 2010)
talvez você ainda me inspire este texto, mas sou só alguém que ri de uma desgraça superada. este texto não rende homenagens a você. ele é na verdade uma homenagem a mim mesmo: acho-me bom por ter saído fora do poço que você me significou.
tuas músicas não mais me tocam, nossos lugares não mais me mexem, tuas lembranças são neutras.
convivo com teus fantasmas como se ordinários fossem. também nunca esperei os esquecer de vez. eis que de repente, você está ali me olhando... mas eu só volto a viver. emito uma auto-nota de "i see dead people" sem me alterar em um batimento cardíaco sequer.
meu coração ainda se debate - ainda bem! - por mais que combalido: sinto-o pulsar como um ex-combatente que bem conheceu os horrores da guerra e hoje anda com mais calma.
minha sensação é a de final de filme, e agora me coloco a resenhá-lo, como se o fade out estivesse a se aproximar. fui o protagonista e - acredite! - o antagonista do meu próprio enredo, uma trama de romance que virou superação, exatamente no dia em que percebi que não era você a atriz principal, mas limitava-se a uma mera coadjuvante. a história era toda minha. o roteiro era todo meu. o conflito era todo meu, o conflito era todo eu.
sem mais delongas, esse óscar eu dou a mim mesmo.
Um comentário:
Sentimentos que todo ser humano tem em algum ponto de sua vida foram retratados aqui.
palavras muito fortes e convincentes de uma pessoa que conseguiu superar o que muitos pensam, inclusive eu, ser insuperável.
Curti!
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