Não é porque são clichês que eles estão imunes à ação do tempo. Clichês vão e vêm, a medida que novos surgem também. (rimou!)
Por conta disso, os clichês de Orkut que eu listei nos primórdios do blog estão, em certa parte, defasados. Nada melhor do que atualizar o catálogo para a primavera-verão 2006-2007 no Orkut, não?
Agradecimentos ao Marco Tulio e à Ligia, que citaram alguns desses clichês nos comentários do Clichês I e também ao poeta RUBEL BRISOLLA pela mesma ajuda. (Vale lembrar que o Rubel criou há pouco um blog e sua leitura está recomendadíssima ;-)
Ahhhhh, o verão...
Essa é para aqueles que realmente curtem a vida, tiram onda legal e aproveitam ao máximo todos os momentos, situações e experiências novas, sacou lek? Carpe diem pô!
Ahhh, o verão!
Enfrentar as praias lotadas, com cheiro de maconha pra tudo que é lado. Besuntar-se de protetor solar, para não ficar igual um camarão. Ser vítima de arrastões, crime mais frequente nessa época do ano. Chegar em casa e estourar a conta de luz por ter que ligar o ar condicionado. Dormir seco e acordar suado. Assistir à proliferação de mosquitos transmissores de doenças e, por que não pegar uma dengue, já que a onda é aproveitar todas as novas sensações da estação?
O pior do verão, porém, é aturar o mais novo clichê de Orkut, "Ahhh, o verão!"
Tenham piedade.
(essa foi para o meu "about" do Orkut)
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Fernando Pessoa
Deturparam a frase de um grande poeta transformando-a em símbolo do ideário imediatista e "de momento" que andam vivendo. Acho que essa é candidata ao grande clichê do ano, afinal, é o coringa das legendas de fotos e dos "quem sou eu".
"O topo é meu" (na ridícula briguinha por prevalência em testimoniais)
Certa vez, li a seguinte frase"Virei alpinista, só o cume interessa".
Ok.
GÊMEAS (em legendas de fotos)
Audaz. Exagerado. Só não sei se é pior que o já manjado "bff". Será que é uma influência do mais novo filme da Xuxa sobre a população juvenil, num revival da infância desúditos da Rainha dos Baixinhos? Acho que não. Mas já que insistem, só me resta uma pergunta: são bivitelinas, né?
QUARTETO
Essa legenda geralmente acompanha foto de quatro meninas em posições alusivas ao filme "As Panteras", metidas a formar uma trupe perigosa. Não esqueçam, jovens meninas, que mais de três já é crime por formação de quadrilha, segundo o Art. 288 do Código Penal, aqui transcrito: "Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes".
INCOMPARÁVEIS, INSUBSTITUÍVEIS
Até que se arrume um(a) melhor, é claro. Freud diria que é uma denegação, isto é, inconscientemente a pessoa quis dizer "descartável".
NOVAS TENDÊNCIAS...
1.Ficar com álbum zerado
Recurso utilizado por muitos que gostam de parecer reservados, difíceis e recatados. Quase um charme a mais. Alguns diriam que é c*-doce.
2. Colocar fotos sem legenda.
Para os seguidores da máxima "uma imagem vale mais que mil palavras". (Como não concordo nem discordo dessa frase, fiz um blog e um fotolog, tá?)
3. Ficar em no máximo 9 comunidades.
Será que é porque 9 é o quadrado de 3, que significa plenitude? Ou é apenas uma tentativa de dar visibilidade às comunidades mais importantes?
4. Definir-se enquanto apolítico ou libertário (essa é velha, mas...)
Apolítico porque "política virou coisa de nerd, já que o Brasil não tem mais jeito e é todo mundo corrupto mesmo, vou mesmo é me mudar para os Estados Unidos. É sempre a mesma pilantragem e nada se resolve, odeio política". Assim se desperta um ataque de pelanca rebordosa em Aristóteles.
Libertário porque "po lek tem que liberar mesmo, tem que ser todo mundo na paz, sem conflito, só na harmonia. Paz e amor, bicho. Libera geral mesmo." A inspiração? Acho que veio de Viva La Revolucion do For Fun, a música dos revolucionários de butique da geração MTV, que querem pagar de politizados e socialmente conscientes. Para esses, um professor meu diria, sem mais delongas: "tolinhos".
Chega. Cansei.
Volto na próxima estação com a sátira de "ahhh, o inverno...", quem sabe...
(Ouvindo: Ronco da minha avó. Barulho da digitação no teclado. De vez em quando alguns cliques e também fungadas... resquícios de um recente resfriado. E só.)
GUIA DE LEITURA
Se você me perguntasse quais textos ler, eu diria para CLICAR AQUI e achar uns 20 e poucos que eu classifiquei como os melhores. Mas vão alguns de que eu particularmente gosto (e que fizeram algum sucesso):
Caritas et scientia
(as saudades da minha escola)
(as saudades da minha escola)
A-Ventura de Novembro
(o retrato de um coração partido)
(o retrato de um coração partido)
Vigília
(os sonhos nos enganam...)
(os sonhos nos enganam...)
Sairei para a boate e encontrarei o amor da minha vida
(ou "elucubrações esperançosas")
(ou "elucubrações esperançosas")
(a afeição por desconhecidos)
A tentação de Mãe Valéria
(trago a pessoa amada em três dias)
(trago a pessoa amada em três dias)
A nostalgia do que não tive
(a nostalgia do que não tive)
(a nostalgia do que não tive)
sábado, 23 de dezembro de 2006
sábado, 9 de dezembro de 2006
PISANDO EM FEZES.
(está longo, mas vale a pena ;-)
Andar pelas ruas é, sem dúvida, um prato cheio para fazer observações antropológicas de todo tipo. Fazê-lo em Ipanema então, nem se fala. São dondocas, executivos, estudantes, funcionários itinerantes (office boys), camelôs, fazedores de porra nenhuma e até mesmo marginais desfilando sobre as calçadas desse famoso bairro da Zona Sul carioca. Isso sem falar, é claro, nos cachorros, tanto os vadios quanto os de madame, que não raramente empesteiam as ruas com seus dejetos mal-cheirosos e horrivelmente pastosos.
E eles foram os culpados. Caminhava com um amigo no sentido Copacabana quando quase preenchi com substância castanha as reentrâncias da sola de meu tênis. Por sorte, percebi o que havia no chão e desviei a tempo. Ainda assim, me surpreendi, afinal, não é todo dia que se encontra uma senhora quantidade de fezes caninas no meio da calçada da principal rua de Ipanema, a Visconde de Pirajá.
Meu instinto sádico-observador, que em raras vezes se manifesta, aflorou na mesma hora. Com a quantidade de gente que passava, fatalmente "alguéns" iriam pisar naquela caca toda e, quando isso acontecesse, poderia presenciar a reação de cada pessoa e descrevê-la aqui no blog, com direito aos detalhes mais sórdidos. Tratamos de entrar numa galeria que tinha uma sacada da qual podíamos assistir, de camarote, o desfile alheio rumo à bosta. Só faltava pipoca e refrigerante.
Aquela massa castanha clara concentrava-se em duas porções razoavelmente grandes, situadas próximas uma da outra, que reluziam levemente a um sol vespertino de quase-verão carioca. Nossa mãe... quem fora o dono mal-educado e infeliz que deixou seu cachorro defecar ali e, pior, nem teve o cuidado de limpar o feito? Não me importava, no momento.
Estávamos ansiosos e assistíamos àquele espetáculo como quem via uma partida de futebol: emoções e mais emoções.
Primeiro, os chutes para fora: na correria do dia-a-dia, muitos passaram por ali sem dar a mínima para onde pisavam mas, por sorte, não pisaram no cocô. Ahhhh!
Depois, os chutes na trave: havia quem chegasse bem perto mesmo, quase em tangente, mas não o suficiente para fazer estrago. Uhhh!
Por último, defesa brilhante do goleiro: houve um cidadão que conseguiu pisar, precisamente, no limpo espacinho entre as duas porções do material... salvo pelo anjo da guarda!
Passaram dondocas, estudantes, fazedores de porra-nenhuma, pessoas com carrinhos de criança, idosos (gostaríamos de poder poupar esses dois últimos do dissabor de uma bela pisada) e nenhum assumiu a artilharia. O desempate, porém, ainda estava por vir.
Homem, 30 anos, talvez drogado, talvez prostitúido... não sei. Vestia roupas escuras e andava bastante rápido, em largas passadas. Estava em rota de choque e não percebeu, até que deu mau passo (não interpretem mal, por favor). Queria ter uma microcâmera situada próxima ao local do ato para ver o sapato do moço indo de encontro a maciez pastosa do barro e, se possível, também um microfone, a fim de captar aquele barulho que vocês conhecem muito bem e para o qual não encontrei nenhuma onomatopéia aceitável (talvez ploft?).
Goooool! E ele não saiu para a comemoração. Aliás, quem comemorou fomos nós, sádicos espectadores daquele show escatológico que, àquela altura do campeonato, fazia-nos rir sem parar. A pressa do elemento era tão grande que, mesmo percebendo que pisara onde não devia, não se permitiu parar de andar para olhar a sola de seu calçado, mas, enquanto caminhava, levantou o pé rapidamente e olhou de relance para o material que ali se acomodara. Por uma fração de segundo, fez cara feia, proferiu algum palavrão indecifrável e continuou sua marcha como se nada tivesse acontecido. Deixou para limpar depois, talvez quisesse perfumar algum ambiente com aquele cheiro bastante aprazível. Mas a bola bateria na rede mais uma vez...
O próximo infeliz entrou em palco meio desajeitado, cansado, trajando uniforme de carteiro e portando encomendas à mão. Parou na calçada e olhou em volta como se procurasse o número do prédio. Não conseguindo ler, deu um passo a frente, colocando um de seus pés bem do lado de uma das porções do digníssimo excremento, sem ali encostar, porém. Posicionou-se diante do gol para cobrar um pênalti. Novamente, olhou para o número do prédio e, dessa vez, conseguiu fazê-lo. Aliás, naquele mesmo prédio ele faria sua entrega.
Decidira para que canto do gol iria cobrar a penalidade máxima. para dali provavelmente partir para a comemoração. De rumo tomado, só faltava dar o primeiro passo. O carteiro ajeitou o pé, levantou-o lentamente para, em seguida, confirmar o placar de 2x0 após uma belíssima pisada, da qual não se deu conta.
Nosso carteiro atacante seguiu em direção ao prédio sem olhar para o sapato ou sentir o fétido odor do produto final do metabolismo digestório canino (bela perífrase para cheiro de m**da). O gol fora marcado por acaso e continuava despercebido.
A torcida, confortável e cheirosa em seu camarote, continuava a rir sem parar, mas o espetáculo ia terminando por ali. Depois de duas pisadas homéricas, registradas de maneira científica na memória e, agora, nesse blog, era hora de ir embora e seguir nosso rumo anterior, não sem, antes, tirar com o celular uma foto daquela caca toda. (não postei a foto por preguiça de pegar o cabo do celular e etc, perdoem-me!)
O texto poderia acabar aqui, como mais uma descrição de fatos cotidianos, a exemplo do que vinha fazendo nas últimas mensagens. No entanto, vou acrescentar alguma coisa.
II. BREVES ACRÉSCIMOS
Comparar o caso de pisar em fezes com as adversidades que a vida nos traz (ou presenteia, como diriam alguns) pode soar muito forçado, aliás, eu mesmo acho isso de leve. No entanto, foi uma metáfora que encaixou minimamente naquilo que lhes trago hoje.
No curso da vida, cada vez mais rápida, somos eventualmente atrapalhados por obstáculos. Alguns deles nos param de verdade. Alguns lerdam nossa caminhada. Outros não atrapalham de cara, mas "grudam" e continuam ali, latentes, para, a qualquer hora, virem à tona e "federem".
Esses que grudam e ficam latentes são os que, em geral, nos pedem decisão, situação essa que não é das mais fáceis.
Tem gente que prefere seguir adiante com o problema, fingindo que ele não existe. Por preguiça, medo ou domínio da situação (ou a impressão de), arrisca-se a deixar que o problema se potencialize, cresça, e depois vire uma grande questão a ser resolvida.
Tem gente que adota medidas paliativas, tirando o excesso do problema (em linguagem metafórica, tira-se o excesso dos lados, mas deixa "algo" na reentrância da sola do tênis), mas deixando parte significativa lá, que continua na ameaça de eclodir e deflagrar uma crise. Talvez, seja a medida mais sensata, desde que, depois, na hora apropriada, resolva-se a questão por inteiro.
Há, ainda, os prevenidos (talvez perfeccionistas), que, mesmo sem estarem se incomodando diretamente com o problema latente, param tudo na hora e se dedicam a resolvê-lo totalmente, a extingui-lo por completo e eliminar qualquer chance futura de complicação. Cortam o mal pela raiz, mas muitas vezes o fazem em horas inoportunas e dão ao caso prioridade desnecessária, o que não raramente atrapalha outros passos da caminhada.
Cada problema, porém, pede uma conduta individual, e decidi-la requer bom senso, experiência e conhecimento da questão, o que muitas vezes acaba constituindo-se num novo problema. Vale, portanto, o conselho Hipoglós: "é melhor prevenir do que remediar".
Em outras palavras, meus caros leitores, olhem para o chão e desviem da m****.
_________________
PS: Desculpem-me o atraso para novas postagens, mas atualmente estou lento para escrever, mas acredito que tem coisa boa vindo por aí.
(Ouvindo: muita, muita coisa)
Andar pelas ruas é, sem dúvida, um prato cheio para fazer observações antropológicas de todo tipo. Fazê-lo em Ipanema então, nem se fala. São dondocas, executivos, estudantes, funcionários itinerantes (office boys), camelôs, fazedores de porra nenhuma e até mesmo marginais desfilando sobre as calçadas desse famoso bairro da Zona Sul carioca. Isso sem falar, é claro, nos cachorros, tanto os vadios quanto os de madame, que não raramente empesteiam as ruas com seus dejetos mal-cheirosos e horrivelmente pastosos.
E eles foram os culpados. Caminhava com um amigo no sentido Copacabana quando quase preenchi com substância castanha as reentrâncias da sola de meu tênis. Por sorte, percebi o que havia no chão e desviei a tempo. Ainda assim, me surpreendi, afinal, não é todo dia que se encontra uma senhora quantidade de fezes caninas no meio da calçada da principal rua de Ipanema, a Visconde de Pirajá.
Meu instinto sádico-observador, que em raras vezes se manifesta, aflorou na mesma hora. Com a quantidade de gente que passava, fatalmente "alguéns" iriam pisar naquela caca toda e, quando isso acontecesse, poderia presenciar a reação de cada pessoa e descrevê-la aqui no blog, com direito aos detalhes mais sórdidos. Tratamos de entrar numa galeria que tinha uma sacada da qual podíamos assistir, de camarote, o desfile alheio rumo à bosta. Só faltava pipoca e refrigerante.
Aquela massa castanha clara concentrava-se em duas porções razoavelmente grandes, situadas próximas uma da outra, que reluziam levemente a um sol vespertino de quase-verão carioca. Nossa mãe... quem fora o dono mal-educado e infeliz que deixou seu cachorro defecar ali e, pior, nem teve o cuidado de limpar o feito? Não me importava, no momento.
Estávamos ansiosos e assistíamos àquele espetáculo como quem via uma partida de futebol: emoções e mais emoções.
Primeiro, os chutes para fora: na correria do dia-a-dia, muitos passaram por ali sem dar a mínima para onde pisavam mas, por sorte, não pisaram no cocô. Ahhhh!
Depois, os chutes na trave: havia quem chegasse bem perto mesmo, quase em tangente, mas não o suficiente para fazer estrago. Uhhh!
Por último, defesa brilhante do goleiro: houve um cidadão que conseguiu pisar, precisamente, no limpo espacinho entre as duas porções do material... salvo pelo anjo da guarda!
Passaram dondocas, estudantes, fazedores de porra-nenhuma, pessoas com carrinhos de criança, idosos (gostaríamos de poder poupar esses dois últimos do dissabor de uma bela pisada) e nenhum assumiu a artilharia. O desempate, porém, ainda estava por vir.
Homem, 30 anos, talvez drogado, talvez prostitúido... não sei. Vestia roupas escuras e andava bastante rápido, em largas passadas. Estava em rota de choque e não percebeu, até que deu mau passo (não interpretem mal, por favor). Queria ter uma microcâmera situada próxima ao local do ato para ver o sapato do moço indo de encontro a maciez pastosa do barro e, se possível, também um microfone, a fim de captar aquele barulho que vocês conhecem muito bem e para o qual não encontrei nenhuma onomatopéia aceitável (talvez ploft?).
Goooool! E ele não saiu para a comemoração. Aliás, quem comemorou fomos nós, sádicos espectadores daquele show escatológico que, àquela altura do campeonato, fazia-nos rir sem parar. A pressa do elemento era tão grande que, mesmo percebendo que pisara onde não devia, não se permitiu parar de andar para olhar a sola de seu calçado, mas, enquanto caminhava, levantou o pé rapidamente e olhou de relance para o material que ali se acomodara. Por uma fração de segundo, fez cara feia, proferiu algum palavrão indecifrável e continuou sua marcha como se nada tivesse acontecido. Deixou para limpar depois, talvez quisesse perfumar algum ambiente com aquele cheiro bastante aprazível. Mas a bola bateria na rede mais uma vez...
O próximo infeliz entrou em palco meio desajeitado, cansado, trajando uniforme de carteiro e portando encomendas à mão. Parou na calçada e olhou em volta como se procurasse o número do prédio. Não conseguindo ler, deu um passo a frente, colocando um de seus pés bem do lado de uma das porções do digníssimo excremento, sem ali encostar, porém. Posicionou-se diante do gol para cobrar um pênalti. Novamente, olhou para o número do prédio e, dessa vez, conseguiu fazê-lo. Aliás, naquele mesmo prédio ele faria sua entrega.
Decidira para que canto do gol iria cobrar a penalidade máxima. para dali provavelmente partir para a comemoração. De rumo tomado, só faltava dar o primeiro passo. O carteiro ajeitou o pé, levantou-o lentamente para, em seguida, confirmar o placar de 2x0 após uma belíssima pisada, da qual não se deu conta.
Nosso carteiro atacante seguiu em direção ao prédio sem olhar para o sapato ou sentir o fétido odor do produto final do metabolismo digestório canino (bela perífrase para cheiro de m**da). O gol fora marcado por acaso e continuava despercebido.
A torcida, confortável e cheirosa em seu camarote, continuava a rir sem parar, mas o espetáculo ia terminando por ali. Depois de duas pisadas homéricas, registradas de maneira científica na memória e, agora, nesse blog, era hora de ir embora e seguir nosso rumo anterior, não sem, antes, tirar com o celular uma foto daquela caca toda. (não postei a foto por preguiça de pegar o cabo do celular e etc, perdoem-me!)
O texto poderia acabar aqui, como mais uma descrição de fatos cotidianos, a exemplo do que vinha fazendo nas últimas mensagens. No entanto, vou acrescentar alguma coisa.
II. BREVES ACRÉSCIMOS
Comparar o caso de pisar em fezes com as adversidades que a vida nos traz (ou presenteia, como diriam alguns) pode soar muito forçado, aliás, eu mesmo acho isso de leve. No entanto, foi uma metáfora que encaixou minimamente naquilo que lhes trago hoje.
No curso da vida, cada vez mais rápida, somos eventualmente atrapalhados por obstáculos. Alguns deles nos param de verdade. Alguns lerdam nossa caminhada. Outros não atrapalham de cara, mas "grudam" e continuam ali, latentes, para, a qualquer hora, virem à tona e "federem".
Esses que grudam e ficam latentes são os que, em geral, nos pedem decisão, situação essa que não é das mais fáceis.
Tem gente que prefere seguir adiante com o problema, fingindo que ele não existe. Por preguiça, medo ou domínio da situação (ou a impressão de), arrisca-se a deixar que o problema se potencialize, cresça, e depois vire uma grande questão a ser resolvida.
Tem gente que adota medidas paliativas, tirando o excesso do problema (em linguagem metafórica, tira-se o excesso dos lados, mas deixa "algo" na reentrância da sola do tênis), mas deixando parte significativa lá, que continua na ameaça de eclodir e deflagrar uma crise. Talvez, seja a medida mais sensata, desde que, depois, na hora apropriada, resolva-se a questão por inteiro.
Há, ainda, os prevenidos (talvez perfeccionistas), que, mesmo sem estarem se incomodando diretamente com o problema latente, param tudo na hora e se dedicam a resolvê-lo totalmente, a extingui-lo por completo e eliminar qualquer chance futura de complicação. Cortam o mal pela raiz, mas muitas vezes o fazem em horas inoportunas e dão ao caso prioridade desnecessária, o que não raramente atrapalha outros passos da caminhada.
Cada problema, porém, pede uma conduta individual, e decidi-la requer bom senso, experiência e conhecimento da questão, o que muitas vezes acaba constituindo-se num novo problema. Vale, portanto, o conselho Hipoglós: "é melhor prevenir do que remediar".
Em outras palavras, meus caros leitores, olhem para o chão e desviem da m****.
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PS: Desculpem-me o atraso para novas postagens, mas atualmente estou lento para escrever, mas acredito que tem coisa boa vindo por aí.
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